: transliteration

Sunday 7 July 2024

Uma cozinha cacher !

 Uma das práticas mais respeitadas por judeus em todo o mundo é a do kashrut ou cacherut ou cacher ou kasher ou kosher, isto implica todas as leis referentes ao consumo de alimentos que a tradição judaica fomenta. Quando lemos a Torah, percebemos que há inúmeras proibições contra o que um judeu tem permitido ou não comer e vão desde as formas de preparação às quais os alimentos devem estar sujeitos até o tipo de alimento ou a família biológica à qual pertencem. Por exemplo, é proibido comer insetos, sangue, animais que não tenham a pata partida ou misturar produtos à base de carne com produtos lácteos, entre outras leis.


As razões pelas quais se faz são variadas e dependem da pessoa que decida cumpri-las. Há quem as faça porque é uma forma de recordar os seus pais, outros pelo significado simbólico que a tradição judaica lhes dá e uma grande maioria porque a Torah mesma pede para respeitar estas leis. Finalmente são requerimentos que as próprias Escrituras trazem e que foram parte da cultura por mais de três milênios.


Ao longo dos séculos, os rabinos e comentadores têm dado razões às razões por que a Torá pede este cumprimento e às diferentes formas em que podemos obter aprendizagens delas. As seguintes são apenas um pedaço desse enorme compêndio.


Razões pelas quais comemos cacher…


Quando a Torah menciona as leis de kashrut geralmente relaciona o cumprimento das mesmas com dois conceitos distintos "keducha" (santidade) e "Tuma" (impureza). Quando a Torah proíbe estes alimentos, pede a Israel para ser um povo santo e afastar-se da impureza. Isso implica que o povo judeu se santifica através do cumprimento destas leis, porém não fica claro o porquê, o que faz ao consumo destes alimentos impuro ou que tipo de santidade obtemos ao nos privarmos deles. Isso é, em primeiro lugar, o que está em causa e, perante isso, há várias posições.


Obediência


A primeira é que não há explicação racional para isso. Esta posição considera que tudo o que diz respeito ao kashrut é irracional e não lhe pode ser dada qualquer razão enquanto tal. A única razão pela qual a Torá pede o cumprimento dessas normas é para que o homem possa obedecer a D-os e à Torá inclusive naqueles aspectos que não entende, como uma forma de devoção que o obriga a submeter sua razão e seu ser a uma ordem superior, ainda que não o entenda. As posições seguintes todas dão uma razão.


Saúde ou espiritualidade


A segunda é a de Rambam (Maimonides) o sustenta que os alimentos não cacher costumam ser pouco saudáveis e fácil de adquirir contaminação, como os mariscos. Rambam sustenta que assim como a Torá nos pede para cuidar de nossa saúde espiritual, também nos pede para cuidar de nosso corpo e servir a D-us através da união de ambos. Arbabanel critica esta posição e oferece outra resposta, como ele vê não pode ser que a Torá nos peça comer kosher por razões saudáveis pois os povos que não limitam sua alimentação a estas leis igualmente têm saúde. Tanto este sábio, como alguns cabalistas argumentam que há razões espirituais pelas quais obedecer as leis de kashrut.


A Cabalah sustenta que toda ação física implica uma existência no mundo espiritual, mantém que nossas ações não só têm efeito no mundo físico, mas também nas energias que geram e movem o mundo. Sob esta visão, comer kosher ou não kosher afeta o mundo nessas dimensões.


Cáracter e simbolismo


Uma quarta resposta é a que dá Rav Haim Mendes Pereira z”l  e o sustenta que o abstenção de certos alimentos fortalece nosso caráter. Para ele cada alimento proibido ou permitido tem um significado simbólico e compara o corpo humano com o Templo. Assim como certos animais eram proibidos para serem sacrificados pelo que representam igualmente estes mesmos não devem ser consumidos pelo busca pureza nesse aspecto de sua vida. Cada refeição é uma forma de abençoar a D-us e de santificar, mas não só isso aquele que se abstém de certos desejos obtém uma maior fortaleza espiritual que aquele que só atua com base em seu gosto. Rav Pereira se dirige a ambas ao fortalecimento do caráter e ao aspecto simbólico.


O que representam alguns alimentos?


Os animais pelo seu tipo


Como já foi referido, o tipo de animais consumidos são os animais que podem ser abatidos no altar. Na sua maioria são animais domésticos, como assinala Rab Hirsch e outros comentaristas, os animais selvagens costumam carecer de cascos partidos ou geralmente não são ruminantes, não costumam ser animais dóceis. O sacrifício como a comida recorda ao indivíduo a característica de docilidade frente a um poder maior, fomentam uma qualidade de nobreza e serviço. O sacrifício especificamente representa o subjugar a vontade individual a uma vontade externa.


Também os insetos são proibidos, porque naturalmente, sendo rasteiros causam um certo desagrado. A abstinência em comer insetos lembra ao homem a dignidade que ele tem.


O sangue


Também é proibido comer sangue, o sangue em si é o portador da vida como tal e representa a alma por isso mesmo é proibido. Assim como é proibido comer qualquer parte de um animal vivo.


Carne e leite


Há muitas proibições na Torah que limitam a mistura de elementos, por exemplo, é proibido misturar lã e linho ou mesmo proibido misturar espécies. Dentro das leis de cacherut também há uma proibição de misturar carne e leite. A Cabala e outros sistemas explicam isto dizendo que a carne pertence à qualidade de justiça, enquanto o leite à de bondade. Quando consumimos carne, tiramos a vida do animal, mas o leite provém dele de forma natural.


Como definir uma cozinha cacher ?

Na tradição judia, há uma série de normas de comportamento que regem a vida dos judeus. Estas se chamam mitzvot; foram dadas por D-us a Moisés no Monte Sinai, estão escritas na Torá e ao longo de séculos foram mantidas, especificadas e desenvolvidas através da halakha (forma vulgar como lei judaica), o Talmud, a Torah Oral e escrita. Estas normas são realmente a alma do judaísmo, graças a elas a tradição judaica deixa de ser uma religião ou uma filosofia para se tornar uma forma de vida; são a ferramenta principal que temos para perceber a Presença de D-us no mundo e honrá-la dignamente.


Entre os numerosos aspectos que regem as mizvot estão os hábitos de preparação e consumo de alimentos, aos quais se chama "cacherut" ou "cacher" (seu adjetivo). "Cacherut" é o substantivo, são as regras; "cacher" é o adjetivo; quando certo alimento é propício para ser consumido pela lei judaica é chamado de "cacher" quando não é chamado de "Taref. 

O que é cacher ? 6 regras básicas" delineamos as regras básicas para o consumo de comida cacher. 

No entanto, não falamos da preparação de alimentos nem das especificações dos utensílios que devem ser utilizados. É por isso que, desta vez, queremos falar sobre os requisitos que deve ter uma cozinha para que a comida cozinhada dentro dela seja kosher. Esperamos que vocês gostem.


1) Retirar da casa os alimentos proibidos


O primeiro aspecto que você tem que considerar para ter uma cozinha kosher é que não basta comer puros produtos certificados, a comida kosher que você come, para continuar a ser kosher não pode ter estado em contato com alimentos que são proibidos para consumo. O momento em que um produto kosher entra em contacto com um alimento proibido, o produto kosher perde a sua qualidade e torna-se um alimento proibido para consumo.


2) Cacherizar (purificar) utensílios de cozinha


A segunda coisa que você deve considerar quando você começa a preparar sua cozinha para ser kosher é que, assim como os produtos proibidos impurifican os produtos permitidos, também impurificando as ferramentas usadas para cozinhá-los, como panelas, pratos, faca e assim por diante. Quer dizer, se a panela com a qual se cozinhou o frango cacher antes esteve em contato com porco ou com carne não kosher, o frango que agora se cozinhou aí por mais que tenha a certificação de um rabino, não se pode comer porque através da panela entrou em contato com o alimento proibido. 


É por isso que os utensílios que são usados para cozinhar devem estar em contato apenas com comida cacher, senão a comida que se cozinhe neles no momento de cozinhar deixará de ser cacher.


Isto porque os alimentos cozinhados impregnam os utensílios com o seu sabor e essência. O mesmo acontece com os pratos quando entram em contato com os alimentos. No entanto, há certos artigos que podem ser purificados, ou seja, expurgados dos resíduos deixados pelos alimentos proibidos. Este processo é chamado de kasherização e só pode ser feito com certos objetos e materiais como aço, vidro, alguns tipos de madeira e alguns metais.


A primeira coisa que faz uma pessoa que quer fazer cacher (cacherizar) sua cozinha é separar os objetos que podem ser kasherizados como panelas de aço, chucharas e outros daqueles que não como pratos de porcelana. Uma vez feito isto acontece a cacherizar os utensílios de cozinha (como a louça, as panelas, as panelas, os talheres, as facas e as tábuas) e os imóveis (como a geladeira, o fogão, o microondas, a pia e as mesas)


3) Separação dos utensilios


Outra das regras essenciais da cacherut é que os produtos à base de leite devem ser separados da carne. Há que ter especial cuidado, pois, tal como os alimentos proibidos, impregnam-se nos utensílios e nas instalações, o mesmo se aplica à carne e ao leite. Por isso, deve-se utilizar uma louça especial para a carne e outra para o leite, utensílios de cozinha para carne e utensílios para leite e áreas especiais designadas para a sua cozedura.


Embora esta separação seja tão importante que mesmo famílias inteiras usam diferentes cozinhas e quartos para cozinhar e consumir os alimentos isto não é estritamente necessário e pode ser impraticável se o espaço que se tem é reduzido. Por isso, existem certas estratégias que são usadas para manter os alimentos e as áreas de cozimento separadas dentro da mesma cozinha.


Por exemplo, só se pode usar a mesma mesa para comer carne e leite se se usar uma toalha de mesa ou individual diferente para cada ocasião. Pode-se manter um forno Parve (neutro para a carne e para o leite) cobrindo os alimentos e o forno com camadas de alumínio e coisas do género.


Um aspecto onde se deve ter extremo cuidado é em usar louças separadas para carne e para leite, um deve colocar as louças e os utensílios em armários e prateleiras separadas e usar ferramentas de limpeza como esponjas, trapos, escovas e demais demais.


Fonte :

Chul’han Arukh - HaMaran

Sefer HaHalakhot - RIF

Yad Hazaka -RAMBAM








Monday 24 June 2024

O que é Yihud ?

O termo Yihud (יחודdefine  de encontrar um homem e uma mulher em um quarto fechado, ou em qualquer lugar parecido a um quarto fechado, por exemplo, fora da cidade que se encontram desolados, em lugares escuros que ninguém os possa ver, em lugares onde não passe a gente normalmente, etc. Exemplos que vamos analisar mais adiante: a mulher no consultório do médico, homem e mulher no elevador sozinhos, que a empregada dorme quando está o patrão sozinho na casa, etc. 

Chul’han Arukh - - Proibido um homem estar a sós com uma senhora e senhorita.

Metsorá Sefardita - -   o mesmo do Chul’han Arukh .

O fato de estar dentro de um avião ou um caminhão, que só há um judeu dentro e puras mulheres, ou vice-versa; não se considera como que esta atravessando por Yihud, já que consideramos o avião como um lugar público e não um lugar para fechar-se um homem e mulher.

Qual foi o motivo que proibiu Yihud?

O motivo pelo qual uma mulher e um homem foram proibidos de se trancar em um lugar fechado, fora da cidade, lugares desolados etc., é pelo fato de que suspeitamos que eles vão cair no pecado. Há suspeita de que seu instinto lhe ganhe e não haja ninguém que o interponha ao pecado.

Qual é o tempo para passar por Yihud?

O Talmud ajusta com a guemará menciona, que é o tempo que poderia durar uma relação íntima de casal. Os Hakhamim implantaram um tempo específico para isto. Há quem pense, que o tempo é de 35 segundos, há quem afirme que são 2 minutos, há quem pense que são 3 minutos, e há quem diga que são 5 minutos. E há quem diga que é tempo suficiente no que o homem e a mulher se despem, se deitam, etc., que poderia ser muito mais tempo que os tempos que mencionamos.

Para passar por Yihud, é inclusive se o homem e a mulher, desde que haja a oportunidade de seguir encerrados pelo tempo de que seja propício que o homem e a mulher tenham relações, desde que permitido entre marido e mulher.

Desde quando cuida de Yihud?

A idade mínima de um homem para ter a proibição de Yihud é de 13 anos. E as mulheres, devem ter mais de 12 anos, para cuidar desta Halakha. 

A idade mínima para poder ter relações é: do homem 9 e da mulher 3. Para que seja proibido, o homem tem que ter 13 anos, e fechar-se com uma mulher de mínimo 3 anos. Ou ao contrário, se a mulher tem 12 anos, e o homem mínimo 9, também é proibido.

É bom acostumar os meninos e meninas, inclusive menos de 13 e 12 anos, a não se isolar entre si.

Inclusive pessoas idosas, que precisam de enfermeira, ou enfermeiro, é proibido permanecer no mesmo quarto. Somente se for um idoso que não possa se mover e for demasiado fraco que usa a cadeira de rodas, pôde ser permitido; é necessário perguntar a um Hakham perito no assunto.

Com quem é proibido ?

É proibido ter Yihud com mulheres casadas, solteiras, divorciadas, viúvas. 

O homem não pode se ter relações com seus seguintes parentes: tias, primas, cunhadas, sogra, esposa do pai, noiva, sobrinha.

Igualmente para a mulher, não deve se fechar com seu tio, primo, cunhado, sogro, esposo da mãe, noivo, sobrinho.

É proibido para um homem estar em Yihud com uma filha adotada ou para uma mulher com um filho adotado.

Igualmente não há diferença se a mulher ou o homem são feios, bem parecidos, se há ou não alguma relação entre eles, de qualquer maneira, é proibido.

O noivo com sua noiva, inclusive que já falta pouco para o casamento, é proibido fechar-se juntos. 

"Há muita gente que não se fixa nisto", e realmente é um desajuste muito grave, e há vezes que isto pode chegar a provocar cenários muito negativos, há situação que o casal busca techuvah e obtém sucesso.






Sunday 16 June 2024

Documento cacher de casamento hebraico ! A Ketubá !

A KETUBÁ !


A Quetubá ou Ketubá, ou documento matrimonial judeu, é o documento que se redige para efeitos de um casamento. Neste documento se incluem as obrigações que o esposo contrai para com sua esposa, como alimentá-la, vesti-la adequadamente segundo suas possibilidades; também se compromete por meio de um juramento,  

E a não desposar outra mulher enquanto se encontrem casados (COSTUME ASQUENAZITA ). 


Este documento é obrigatório segundo a halajá e não se permite a convivência dos cônjuges sem a assinatura do mesmo.


Também, por meio deste documento o esposo se compromete, em caso de divórcio, a pagar o montante que aparece no mesmo, o qual está destinado a evitar que o esposo divorcie a sua esposa facilmente, pois se decidir divorciá-la por algum altercado ou outro motivo, sabe que tem que pagar o montante ao que se comprometeu por meio da Quetubá.


Na atualidade, muitos acrescentam, NÃO SEFARDITAS,  um montante adicional à Quetubá denominado Tosefet quetubá -monto adicional-. 

Este montante faz parte do compromisso que assume o esposo de pagar à sua esposa caso decida divorciá-la. 

É comum nos tribunais rabínicos que se apresentem casais a divorciar-se e os homens não têm argumentos válidos para isso, portanto, o tribunal exige o pagamento da Quetubá para proceder com o divórcio.


Daqui inferimos a tolice daqueles que argumentam que no judaísmo a mulher se encontra submetida ao esposo praticamente como uma serva, e que de fato isso está declarado na Quetubá. 


Tudo o que é absolutamente falso pois na Quetubá aparecem exclusivamente as obrigações do esposo, as obrigações da mulher não estão incluídas na mesma. Claro que é falso que a mulher pertença ao homem como uma serva, pois nossa sagrada e eterna Torá, escrita pelo Todo-poderoso criador do homem e da mulher e da natureza particular de cada um deles, ensina como devem tratar-se mutuamente para que a santidade possua no matrimônio e o mesmo se converta em um laço eterno de felicidade, tanto neste mundo como no vindouro.


A Ketubá é concedida a um casal JUDEU, costume SEFARDITA que temos CERTEZA que são JUDEUS ! 


EXEMPLO que acontece MUITO no Brazil :  "  Ah ele é presidente de sinagoga mas a esposa não é judia entonce NÃO TEM KETUBAH,  esta senhora deve ser respeitada como um GOYA " .

E é devido que uma INSTITUIÇÃO JUDIA deve todos de sua diretoria serem JUDEUS PLENOS e casados com judias por gyur CACHER ou por nascença !







Thursday 25 April 2024

HALEL EM PESSA’H - Hag Hamatsot

 HALEL EM PESSA'H

Pergunta: O Halel deve ser recitado em Pessa'h? 

Em Chabbat de Hol Hamoed - dias intermediários de Pessa’h -  deve-se concluir a bênção da Tefilá citando a festividade ou só se cita o Chabbat?

Resposta: Com respeito ao Halel, cita o Talmud (Erakhim 10) que durante os dias de Sucot recita-se o Halel completo e durante os dias intermediários de Pessa'h recita-se o Halel sem bênção e os parágrafos complementares, só durante os dois primeiros dias de Yom Tov -festivos- recita-se o Halel completo.

O citado Talmud pergunta qual é a diferença entre Sucot e Pessa'h, e responde que em Sucot se ofereciam, durante os sete dias, uma quantidade diferente de sacrifícios diários, cada dia uma quantidade menor à anterior, porém cada dia possuía uma quantidade especial. 

Mas em Pessa'h se oferece durante os sete dias a mesma quantidade de sacrifícios diários.

Isto pode ser explicado da seguinte forma. Na realidade a pessoa seria suficiente recitar apenas uma vez o Halel, porém com o correr do tempo e ao viver novas experiências o homem muda e deve novamente agradecer a D-us, porém em Pessa'h toda a festividade se considera como um só dia longo, de onde não se oferecem diferentes quantidades de sacrifícios, e portanto lhe é suficiente com um só KORBAN -sacrificio.

Por isso Maran (Chul'han Arukh cap. 490 inc. 4) dita que durante Pessa’h se recita o Halel sem a bênção e sem os parágrafos complementares, a exceção do primeiro dia, e o segundo fora de Israel, em que se recita o Halel completo com a bênção correspondente. 

E assim o dita nosso mestre Richon LeSion Ribi Uziel,  Ribi Elyahu Lopes eRichon LeSion Ribi Ovadia Yosef  z"l .

Com respeito à bênção do Tefilá, se o primeiro ou o segundo dia de Yom Tov acontecer em Chabbat deve ser citado na bênção a festividade, ou seja se diz Barukh.. Mekadesh HaChabbat VeHazemanim, e o mesmo na bênção da Haftará, parte dos profetas que recitamos após a leitura da Tora. Mas no Chabbat dos dias intermediários, Hol Hamoed, não se cita a festividade senão se conclui a bênção da Tefilá dizendo mekadechi HaChabbat somente. 

Também na bênção da Haftará se conclui dizendo "mekaddechi HaChabbat" somente. 

Só na Tefilá de Mussaf -agregada- se acrescenta "Israel vehazemanim" ao final da bênção.

Pessa’h é tempo, zeman Herutenu … Tempo de Geulah, Libertação e por onde começamos para que este nível nos permita ter Yeruchalayim reconstruída e nosso povo de volta a Sion ???






Thursday 29 February 2024

Aquecer Alimentos no Chabbat ( HaMaran, RIF , Rav Ovadyah Yossef z”l )


Para poder aquecer alimentos no Chabbat, é necessário satisfazer três condições:

[1] Que se trate de um caso onde o comestível já foi cozinhado completamente antes do Chabbat. Uma vez que um alimento que não foi cozido como deveria ser antes do Chabbat, claramente seria proibido aquecê-lo dentro de Chabbat mesmo, porque através de aquecê-lo estaria completando seu cozimento em Chabbat e isso é uma proibição da Torah.

[2] A segunda condição a respeito de aquecer, é que deve ser que estamos falando a respeito de um aquecimento sobre uma “Placa de Chabbat", e não sobre um fogo descoberto, dado que pôr a aquecer dentro de Chabbat sobre um fogo descoberto seria proibido, tal como explicámos em instâncias anteriores.

[3] Que se trate de um comestível seco, já que se se tratar de um comestível líquido, esclarecemos em halakhot anteriores que está proibido aquecê-lo dentro do Chabbat sobre um lugar onde possa ferver, dado que, mesmo que se trata de um líquido que foi cozido antes de Chabbat, uma vez que ele esfriou, na halakha tememos as opiniões que dizem que "Yechi Bichul akhar Bichul Be Lakh" (Existe cozimento após o cozimento no caso de um líquido que esfriou) e consequentemente não o aquecemos de novo no Chabbat [Chul'han Arukh, Siman 318] e Sefer HaHalakhot RIF.

Em relação a um Keli Cheni, o Chul'han Arukh (Yoreh Deah 105:2) rege de acordo com o qual a maioria dos Richonim que acreditam que, assim como um Keli Cheni não pode realizar bichul no Chabbat, também não pode induzir uma transferência de gosto, exceto em circunstâncias extenuantes, a visão rigorosa do Rachiba, que sustentam que um Keli Cheni pode transferir o sabor para pelo menos uma kelipa (camada externa) da substância. 


Rav Ovadya Yosef z”l, HaMaran de nossa geração permitiu colocar um alimento sólido totalmente cozido diretamente na superfície de uma placa elétrica no Chabbat, por duas razões principais:

 

1) A superfície do "Plata" é considerada um pote vazio colocado no elemento de aquecimento, e pode-se, portanto, colocar alimentos sólidos sobre ele no Chabbat de acordo com o Magen Avraham, que distinguiu entre sólidos e líquidos.  

Rav Ovadya Yosef z”l escreve:

 Aparentemente, também é permitido colocar um alimento sólido e totalmente cozido em uma Plata elétrica, porque há uma obstrução entre o fogo e a panela de comida, como se a pessoa a colocasse em uma panela de comida quente.  No entanto, de acordo com isso, enfrentamos uma dificuldade, pois nosso mestre, o próprio Chul'han Arukh, permitiu colocar no Chabbat um alimento que foi totalmente cozido em cima de uma panela de comida quente ou em cima de uma chaleira.  E o trabalho Tosefet Chabbat já abordou o fato de que os comentários de Chulhan Arukh parecem se contradizer.  Ele respondeu que com uma panela vazia isso é proibido porque se assemelha à maneira normal de cozinhar, mas em uma panela cheia é permitido porque não parece cozinhar.  O Peri Megadim escreve isso também, de acordo com isso, colocar [comida cozida] em um Plata elétrico se assemelha a colocar em uma panela vazia, e deve ser proibido e comida sólida, que mesmo enquanto frio pode ser colocado no Chabbat em cima de uma panela (mesmo uma panela vazia), porque a comida sólida cozida não está sujeita ao subsequente.

 

2) Ele então avança uma segunda razão para permitir a colocação de alimentos em um prato quente, ou seja, que não se costuma cozinhar em um prato quente, uma vez que se destina apenas ao aquecimento de alimentos cozidos, e, portanto, não dá a aparência de cozinhar.  

Ele escreve[1]:  Rav Ovadyah Yosef z”l, segue opinião de RIF, de HaMaran, para os dias de hoje 

Cheguei à conclusão de que em relação a este pode ser leniente, porque um Plata elétrico é desde o início feito para uso no Chabbat, e é chamado de “Plata de Chabbat", e, portanto, tem uma indicação para todas as pessoas que hoje é o Chabbat e não se virá a usá-lo para fins proibidos, como para retornar a ele alimentos que não foram totalmente cozidos, ou alimentos líquidos frios e similares.  E uma vez que o fogo não é visível e não há preocupação de agitação, as pessoas estão acostumadas a permitir isso.  Ao contrário, um Plata é preferível a uma cobertura de metal sobre o fogão, pois lá é possível que alguém possa involuntariamente remover o metal do fogão, o que não é o caso em relação a um Plata, pois não é possível de forma alguma remover a cobertura de sobre os cabos elétricos.  

E uma vez que é feito para este propósito, não há maior indicação e lembrete do que este para lembrar o dia do Chabbat.






Monday 19 February 2024

Anulando Karet para o Anusim ( RIF - HaMaran - RAMBAM )

 Anulando Karet para o Anusim

 Muitos judeus espanhóis e portugueses ou hispano&portgueses ou sefarditas da época da inquisição, perseguições horríveis, e suas famílias que hoje muitos vivem longe da tradição judaica e vivem com status como goy ou “SUPER GOY”, muitos com origem conhecida com as grandes filas de pedido de genealogia Sefardita, para requisição de cidadania espanhola ou portuguesa,  em passado que viviam como Anusim e foram forçados a praticar a religião cristã católica chegaram a Tzfat com o desejo de se arrepender e alcançar a expiação por seus pecados que haviam cometido durante esse período de forma consciente e inconsciente, como fazer isso ?

No entanto, como muitos deles cometeram transgressões pelas quais a pena é Karet (excisão, literalmente significando ser cortado, interpretado como recebendo uma morte precoce), a sugestão era que eles recebessem chicotadas que teriam o poder de anular essa pena severa. [7]

Mahari bei Rav argumentou que, com a renovação da semikha e o restabelecimento de uma corte suprema judaica, os Anusim poderiam receber clemência da punição severa de Karet.

No entanto, esta suposição é questionável em muitos níveis, como argumentado pelos rabinos de Yerushalayim. Vamos examinar esta questão.

A Torá (Devarim 25:1-3) determina que um tribunal judeu é obrigado a punir um Rasha com a punição de chicotadas (malkot ou Makkot), era o extremo…

E não é o caso dos Anussim, que muitos tiveram destruição de suas famílias e suas hazaka para não morrerem assasinados pelos jesuítas ou grupos de perseguição aos judeus de Espanha e Portugal da época, uma época que teve muitos remanescentes que deram origem ao que temos de belo e firme famílias, muitos poucas, mas existe 

Se há uma briga entre os homens, e eles se aproximam do tribunal, e eles [os juízes] os julgam, e eles absolvem o inocente e condenam o culpado (Rasha).

Então será, se o culpado tiver incorrido [a pena de] chicotadas, que o juiz o fará inclinar-se e açoitá-lo na frente dele, proporcional ao seu crime, em número.

Ele deve açoitá-lo com quarenta [chicotadas]; ele não deve exceder, para que ele não lhe dê uma flagelação muito mais severa do que estes [quarenta chicotadas], e seu irmão será degradado diante de seus olhos. 

Há três categorias gerais de mandamentos negativos para os quais açoites são dados por um tribunal judeu. Dessas três categorias, duas também incorrem na pena de morte pela Corte Celestial. Estes dois são Karet e Mita bi-ydei Shamayim (literalmente, morte pelas mãos do céu). [8]

O Michina (Makkot 3:15) cita o rabino Chananya ben Gamliel como declarando que:

 

Todos os que incorreram [a pena de] Karet, ao serem açoitados estão isentos de sua punição de Karet, pois diz: "[Ele o açoitará com quarenta; ele não excederá, para que não lhe dê um açoitamento muito mais severo do que estes] e seu irmão será degradado diante de seus olhos." Uma vez que ele foi chicoteado, ele é [considerado] "seu irmão."

 

Esta lei levanta várias questões também discutidas entre os rabinos de Tzfat e Yerushalayim:

 

São os próprios açoites que isentam o perpetrador de novas punições, ou é o sofrimento e o embaraço envolvidos que conseguem isso?

Normalmente, as punições só são impostas por um tribunal judeu quando um aviso (Hatra'a) foi dado antes da transgressão. Além disso, duas testemunhas são obrigadas a estabelecer que um pecado foi cometido. Esse "truque" de receber chicotadas funciona se a transgressão foi cometida sem essas condições?

E finalmente, techuva de todo o coração não significa arrependimento completo e completo sem chicotadas? Se assim for... não é necessária!

 Teshuva com chicotadas? Imagina ???

RIF define que os sefarditas não perdem sua essência judaica NUNCA e deve passar por uma techuvah !

A mesma opinião, que HaMaran Ribi Yosef Karo segue, Rav Chelomo Ben Aderet, Rav Ishaq Abarbanel … e até a nossa geração com o Richon LeSion HaGaon Ribi Ovadiah Yosef z”l e Richon LeSion HaGaon Ribi Mordehay Elyahu z”l deixaram responsas CLARAS sobre o tema de um ANUSSITA ( homem ou mulher ) tem um processo especifico, mas quais Batê Dinim aplicam esta Halakha baseada nos ULTIMO RABINOS que receberam SEMIKHA de fato ! 


O RAMBAM governa como a MICHINAH mencionado acima:

Sempre que uma pessoa peca e é chicoteada, ela retorna ao seu estado original de aceitabilidade, como implícito no versículo: "E seu irmão será degradado diante de seus olhos." Uma vez que ele é chicoteado, ele é "seu irmão." Da mesma forma, todos aqueles que incorreram Karet que recebem chicotadas são absolvidos de Karet. [9]

 

No entanto, em seu Comentário sobre a Mishna,[10] o Rambam parece se contradizer, pois ele explicitamente exige teshuva também para receber clemência por uma ofensa que incorre Karet!

 

Rav Ya'akov Ettlinger (Alemanha, 1798-1871) explica que a posição do Rambam é baseada na Gemara em Yoma 86a, que afirma que aquele que comete um pecado que incorre em Karet só consegue expiação realizando teshuva e além disso experimentando yissurin (sofrimento). Esta decisão aparece no Hilkhot Teshuva do Rambam:

 

Se uma pessoa viola [pecados incorrendo] Karet ou execução pelo tribunal e se arrepende, teshuva e Yom Kippur têm um efeito temporário e o sofrimento que vem sobre ele completa a expiação. Ele nunca alcançará a expiação completa até que ele sofra por cometer esses [pecados], como [Tehillim 89:33] afirma: "Eu punirei sua transgressão com uma vara, e sua iniqüidade com pragas."

 

O versículo em Tehillim menciona a vara (chicotadas), bem como pragas (yissurin). Assim, explica Rav Ettlinger, o Rambam requer cílios, que são, em última análise, uma forma de yissurin.

 

No entanto, como podemos explicar a contradição nos escritos de Rambam?

 

Rav Chayim Ozer Grodzinski (Vilna, 1863-1940) explica que existem dois níveis de expiação. Uma vez que o Rasha recebe chicotadas, ele é considerado "seu irmão" e pode servir como testemunha. No entanto, para a expiação completa, ele é obrigado a se arrepender. Isto pode ser provado a partir das palavras adicionadas do Rambam em Hilkhot Teshuva: "expiação completa." [11] 

 

 Por trás da disputa 

O historiador Jacob Katz (1904-1998) explica que por trás da disputa prática existe uma disputa teológica sobre a redenção futura. [12]

A questão "real", ele sugere, é se, após os trágicos eventos de 1492, o homem deve estar ativamente envolvido na realização da redenção. 

Os rabinos de Yerushalayim acreditam na abordagem passiva, deixando nosso destino nas mãos de D-us. Os rabinos de Tzfat discordam daquela época !

Esses rabinos não estão apenas citando a teoria da halakha de Rambam, mas estão seguindo esta dita  filosofia de Rambam de que a redenção final pode ser alcançada pelas ações dos homens.

Quem foi antes de RAMBAM, HaMARAN Ribi Yosef Karo, claro em deixar uma obra como Sefer HaHalakhot, não se importando com opiniões de  PIOS que se opõe e que não são sefarditas, RIF define e deixa uma obra clara que influencio com temor aos Céus um racionalismo claro.

Os rabinos que seguem RIF considero mais completo pois há ajustes desta dita filosofia e pouco falado pois todos os de familia Sefardita  tem a porta ABERTA para techuvah, com ação buscando resposta de HaEL.

Alguns dirão que este argumentos continua a partir de então entre os líderes religiosos e as comunidades, ainda hoje...





 

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Annulling Karet for the Anusim

 
Many Spanish and Portuguese Jews who lived as Anusim and were forced to practice the Christian religion arrived in Tzfat with the desire to repent and achieve atonement for their sins that they had committed during that period.
 
However, as many of them committed transgressions for which the penalty is karet (excision, literally meaning being cut off, interpreted as receiving an early death), the suggestion was for them to receive instead lashes that would have the power to annul this severe penalty.[7]
 
Mahari bei Rav argued that with the renewal of semikha and the reestablishment of a Jewish supreme court, the Anusim could receive clemency from the severe punishment of karet.
 
However, this assumption is questionable on many levels, as argued by the rabbis of Yerushalayim. Let us examine this issue.
 
The Torah (Devarim 25:1-3) rules that a Jewish court is required to punish a rasha with the punishment of lashes (malkot or makkot).
 
If there is a quarrel between men, and they approach the tribunal, and they [the judges] judge them, and they acquit the innocent one and condemn the guilty one (rasha).
Then it shall be, if the guilty one has incurred [the penalty of] lashes, that the judge shall make him lean over and flog him in front of him, commensurate with his crime, in number.
He shall flog him with forty [lashes]; he shall not exceed, lest he give him a much more severe flogging than these [forty lashes], and your brother will be degraded before your eyes.
 
There are three general categories of negative commandments for which lashes are given by a Jewish court. Of these three categories, two additionally incur the death penalty by the Heavenly Court. These two are karet and mita bi-ydei shamayim (literally, death by the hands of heaven).[8]
 
The Mishna (Makkot 3:15) quotes Rabbi Chananya ben Gamliel as ruling that:
 
All who have incurred [the penalty of] karet, on being flogged are exempt from their punishment of karet, for it says, “[He shall flog him with forty; he shall not exceed, lest he give him a much more severe flogging than these,] and your brother will be degraded before your eyes.” Once he has been lashed, he is [considered] “your brother.”
 
This law raises several questions also discussed amongst the rabbis of Tzfat and Yerushalayim:
 
Is it the lashes themselves that exempt the perpetrator from further punishment, or is it the suffering and embarrassment involved which achieve this?
 
Normally, punishments are only imposed by a Jewish court when a warning (hatra’a) has been given prior to the transgression. Furthermore, two witnesses are required to establish that a sin has been committed. Does this “trick” of receiving lashes work if the transgression has been committed without these conditions?
 
And finally, doesn’t wholehearted teshuva mean full, complete repentance without lashes? If so, the entire enterprise is not needed!
 
Teshuva with lashes?
 
The Rambam rules like the Mishna mentioned above:
 
Whenever a person sins and is lashed, he returns to his original state of acceptability, as implied by the verse: "And your brother will be degraded before your eyes." Once he is lashed, he is "your brother." Similarly, all those who have incurred karet who receive lashes are absolved of karet.[9]
 
However, in his Commentary on the Mishna,[10] the Rambam seems to contradict himself as he explicitly requires teshuva as well to receive clemency for an offense incurring karet!
 
Rav Ya’akov Ettlinger (Germany, 1798-1871) explains that the Rambam’s position is based on the Gemara on Yoma 86a which states that one who commits a sin that incurs karet achieves atonement only by performing teshuva and in addition experiencing yissurin (suffering). This ruling appears in the Rambam’s Hilkhot Teshuva:
 
If a person violates [sins incurring] karet or execution by the court and repents, teshuva and Yom Kippur have a temporary effect and the suffering which comes upon him completes the atonement. He will never achieve complete atonement until he endures suffering for committing these [sins], as [Tehillim 89:33] states: “I will punish their transgression with a rod, and their iniquity with plagues.”
 
The verse in Tehillim mentions the rod (lashes) as well as plagues (yissurin). Thus, explains Rav Ettlinger, the Rambam requires lashes, which are ultimately a form of yissurin.
 
However, how can we explain the contradiction in the Rambam’s writings?
 
Rav Chayim Ozer Grodzinski (Vilna, 1863-1940) explains that there are two levels of atonement. Once the rasha receives lashes, he is considered “your brother” and may serve as a witness. However, for full atonement he is required to repent. This can be proven from the added words of the Rambam in Hilkhot Teshuva: “complete atonement.”[11] 
 
 
Behind the Dispute
 
Historian Jacob Katz (1904-1998) explains that behind the practical dispute exists a theological dispute regarding the future redemption.[12]
 
The “real” question, he suggests, is whether following the tragic events of 1492, man should actively be involved in bringing about the redemption. The rabbis of Yerushalayim believe in the passive approach, leaving our destiny in the hands of God. The rabbis of Tzfat disagree. These rabbis are not just quoting the Rambam’s halakhic theory, rather they are following the Rambam’s philosophy that the ultimate redemption can be achieved by the actions of men.
 
Some will say that this argument continues from then on amongst the religious leaders and communities, even today…



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